Trail de Fajao e Benfeita

A 2ª serie do AX trail foi das mais bonitas realizadas ate então. O trail (percursos atléticos feitos em trilhos) esta bem de saúde e recomenda-se a todos.

No dia 25 foi a estreia de Fajao, Pampilhosa da Serra, e devo dizer que nunca tinha encontrado um percurso com o mato cortado em toda a sua extensão como aqui. Este aspecto mostra o interesse local em agradar a comitiva do AX Trail e aos seus atletas. Os locais, por natureza bafejados com belíssimos recantos serranos, souberam enquadrar harmoniosamente a natureza e o desporto. O percurso desnivelado e bastante técnico agradou a maioria dos atletas e trouxe novidades classificativas.

Nos homens vitoria para Albino Daniel ao sprint com o credenciado Alcino Serras, com Armando Teixeira a fechar o pódio já a 2 minutos de distância.

Nas senhoras Susana Simões venceu isolada, seguida da Ultra-atleta Gloria Serrazina e de M.Julia Fernandes.

Terminaram a prova 56 atletas, eu consegui 10 pontos para a classificação geral.

O banho foi tomado na piscina descoberta de Fajao.

A ligação para Benfeita seria feita de automóvel. Deixamos Fajao e fomos jantar a aldeia de Ponte de Fajao, no parque de merendas da praia fluvial local, junto do rio Ceira.

Seguimos depois pelo alto da serra do Açor a caminho de Benfeita. A certa altura tive de travar para me desviar de uma raposa. No entanto reparei que a raposa ficou parada a olhar para o carro. Em situação normal teria fugido por ser um animal selvagem.

A situação despertou-me a atenção e fui ao seu encontro munido de máquina fotográfica. A verdade e que o bicho me deixou aproximar ate uns 2 metros de si. A máquina registou vários momentos deste encontro. Quando pensava que o encontro teria terminado sou surpreendido com a presença de uma segunda raposa que rondava o carro. Incrível!

Estes belos animais fizeram-me as delícias durante 20 minutos ate sermos interrompidos pelo som alucinado de um Javali a descer a colina como que em fúria parecendo vir na nossa direcção.

O facto de ser noite não permitiu vê-lo mas pelo estrondo deveria ser enorme. As minhas recentes amigas desapareceram e eu entrei no carro para seguir viagem.

Ao colocar o veículo a trabalhar deparo-me com as raposas a voltar para junto do carro.

Voltei a sair e fui a mala do carro buscar um pedaço de pão que parti em dois dando-o as raposas. Assim que se apoderaram do pão desapareceram na vegetação para não voltar.

Percebi então o motivo da sua presença junto de mim, estavam esfomeadas!

Segui caminho. Atravessei a mata da Margaraça, desci os Pardeiros e fui instalar o acampamento junto da Igreja da Sra. Das Necessidades, por cima de Benfeita. Foi uma noite bem passada, sem sobressaltos e bastante silenciosa.

Dia 25, domingo, descemos ate a Benfeita e preparamos a presença naquela que considero um dos mais belos percursos de Trail realizados ate agora em Portugal.

A partida mais 28 atletas que no dia anterior. Inicio apertado por ruelas da vila e com percurso a subir pelas levadas em trilho estreito. A minha mania de partir na retaguarda valeu-me uma perca de tempo não calculada, começando a correr já perto dos 20 minutos. Os músculos doridos do dia anterior ate se portaram bem, no entanto não deu para pontuar mais que um ponto apenas.

A classificação Masculina foi igual a do dia anterior mas com o Albino a ganhar folgadamente e a dedicar a vitória a sua mais que tudo Diana.

Nas senhoras Susana Simões voltou a vencer mas a segunda seria Carmen Pires seguida de M.Julia Fernandes.

Banhos nos balneários de Benfeita tendo uma parte dos atletas preferido a agua fria da praia fluvial.

Depois disto viemos almoçar a aldeia de Espinho, Miranda do Corvo, na presença dos amigos Abutres e da simpática família do amigo Francisco Bossa. Após almoço ainda subimos a Gondramaz, de carro, onde visitamos a aldeia e bebemos uns licores na “Loja do Bezitante” .

Um abraço aos amigos e em particular ao José Maria que nos acompanhou durante o fim-de-semana e deixou a vontade de fazer umas caminhadas.