Os meus amigos atletas Abutres excederam-se na realização/preparação da sua primeira prova como organizadores. Como antes foi dito, quase tudo já se disse sobre esta espectacular prova de TRAIL.
O mundo do Trail por esta altura está feliz com as provas realizadas este ano. Mas ainda faltam algumas boas surpresas. Para Fevereiro está a ser preparada uma prova que deixou água na boca o ano passado.
Voltando ao que se passou no último fim-de-semana…
Foi a primeira vez que consegui ser ultimo numa prova de atletismo, fui um dos atletas-vassouras, e fiz a totalidade do percurso contrariando as indicações da organização que me tinham atribuído a segunda parte da prova (armadilha do “Padrinho” Vitorino). Tal não me agradou nem eu me contentava com tão pouco. Ainda para mais não conhecendo a primeira das duas partes.
O anúncio de muito frio fez com que fosse preparado para tal. E as temperaturas negativas foram uma constante durante parte do percurso.
O trabalho que deu montar esta prova só eles sabem! Mas a verdade é que valeu a pena. Eu pessoalmente tirei boas ideias e indicações com a minha presença. Aprendi muito!
O que acho essencial numa organização de atletismo é ter um percurso fabuloso e inesquecível. É para tal que os atletas se deslocam às provas.
Se fosse pela comida iriam ao restaurante mais próximo…
Isto foi incrivelmente conseguido pelo traçador de percurso (creio que um tal de Vitorino) que conseguiu juntar no mesmo percurso um sem número de atractivos, e fazer várias ligações com o sucesso que hoje se conhece. O cozinhado foi de tal forma fascinante que os melhores tempos previstos foram completamente melhorados pela maioria dos atletas.
Fiquei impressionado com as dificuldades (que carinhosamente chamo pontos interessantes) bem delineadas ao longo da primeira metade da prova.
Se fosse eu a traçar nesta fase só alterava uma pequena coisa. Com tanta água porquê não passar algumas vezes dentro dos ribeiros?
Respeitada a mestria de quem traçou fui fazendo uma prova bem cautelosa na cauda do Plutão com os colegas Vitor e Fernando como companhia numa tarefa agradável com a recolha das fitas de balização e ao mesmo tempo (com alguma dificuldade) acompanhando o andamento do José Carlos Jorge.
Chegados a Vila Nova, 1º abastecimento, deparei com uma mesa farta em hidratos e doces, onde pontuavam as MPgs. E pensei para comigo «nem parece que passaram por aqui 200 atletas!» tal a quantidade e qualidade ainda disponível!
Aqui começa a subida e o martírio e a melhor parte na minha opinião. Que o diga o JCJ e o Moutinho.
Durante 32 kms foram os únicos atletas que tive o prazer de acompanhar.
Água e água, e mais água, e mais do mesmo… Lindo e muito bom! Parabéns amigos Abutres!
Ao chegar ao control, na barragem das Louçainhas (quem diria que havia uma barragem no topo da serra) somos alertados para a falta de atletas na passagem por aquele local.
Tomou-se e bem, a medida de não retirar mais a fita de balização.
Nesta fase começámos a ouvir relatos animados sobre um atleta que nos precedia, contava histórias sobre Trail, tinha pronuncia do norte, e bebia cerveja quando as via, chegou mesmo a papar choriço com elementos da organização a controlar um cruzamento. Imaginei de quem se tratava.
Perto da chegada ao parque das Mestrinhas, outro monumento da mãe natureza, alcançámos o “comilão” José Moutinho, e passámos a acompanhar estes dois senhores. Aqui o Francisco iniciou o ser percurso como “vassoura”, e o Fernando aproveitou para abrir a passada e fazer um treino até Miranda. O Vitor e eu mantivemo-nos na cauda.
Abastecemos (novo banquete) na companhia do Padrinho Coragem e seguimos pois o frio gélido e a temperatura negativa arrepiava-nos.
Veio a melhor parte. A subida pela serra descampada até ao alto sob um sol gelado, numa caminhada vertiginosa tocada a vento forte que penetrava até aos ossos.
A paisagem compensava esta aflição. Uma maravilha desfrutar destes trilhos.
Daqui para a frente já conhecia o percurso.
Ao iniciar a descida pela pista de Downhill o Moutinho como lhe competia embalou, e o José Carlos começou a ter dificuldades a nível muscular. De tal forma que após alguns exercícios e uma massagem do Vitor, decidiu retirar-se de prova.
Gondramaz estava logo ali, e rapidamente lá cheguei. Continuamos até à ribeira de Espinho e alcançamos o Moutinho.
Como bom amigo fui “picando” para que acelerasse a passada. Mas de nada valeu. Repreendeu-me, isso sim!
Na verdade o objectivo estava a ser cumprido! Era um bom treino para objectivos maiores.
A passagem pelo Ti Patamar foi mais uma confirmação do bem que estavam montados os abastecimentos. Aqui o choriço e as febras estavam uma delicia, o Moutinho só quis coca-cola. Pudera!
Seguimos para Miranda. A chegada foi apoteótica! Uma enorme comitiva de Abutres aguardava pelo desfecho da prova. Moutinho agradeceu pelo micro dos animadores, a magnifica prova organizada.
Agora um obrigado ao Vitorino, esteve como sempre, impecável. Obrigado ao João Lamas, imparável e muito responsável. Obrigado ao José Carlos Fernandes, o rosto que tornou magia este grande acontecimento. Obrigado ao pessoal dos abastecimentos, prontos, impecáveis e acolhedores. Obrigado aos Bombeiros sempre animados e prestáveis. Obrigado a todos os meus colegas vassouras. Obrigado aos restantes atletas Abutres. E obrigado a toda a grande equipa Abutrica. Obrigado Miranda do Corvo e obrigado mãe natureza por teres me proporcionado um dia agradável no teu seio
Obrigado Moutinho, mais uma vez a tua presença me fortaleceu, sai mais forte, é sempre bom ter um óptimo “limitador de velocidade”!
Parabéns atletas, considero que todos foram vencedores!
Obrigado pela merecida homenagem a uma grande senhora destas aventuras, a Super-Analice!
Obrigado F.Bossa pelas sugestões.
Uma sugestão: a chegada seria uma maravilha se fosse pelo leito do rio com uma escada para subir até à Câmara… Obrigado amigos, foram maravilhosos e hospitaleiros, se acharem útil podem contar comigo.
