O amigo Joaquim foi meu colega em várias provas de atletismo realizadas em percursos montanhosos. Já tudo foi dito acerca deste grande homem que tive a felicidade de conhecer e conviver no mundo das corridas onde a grande competição é a forma como se cativa as pessoas e como se cria amizades. O companheiro Joaquim era mestre nesta categoria. De sorriso simples e fácil, rapidamente nos cativava. Recordo com saudade a última prova em que nos apoiámos um ao outro sendo companheiros durante 33 kms, altura em que eu desisti. Foi na sua querida Serra da Estrela na prova do Transestrela realizada a 3 de Agosto de 2008. A partida foi dada às 5.30 da manhã e na primeira subida dura ficámos sós os dois. O companheirismo deste homem foi notável. Cedo me apercebi que não estava em condições físicas naquele dia para fazer esta dura prova. O esforço que fui fazendo até ao km 33 foi em grande parte do Joaquim. O seu incentivo e ânimo que me foi dando foi como que um milagre. O Joaquim não me abandonou, simplesmente reduziu a sua passada e o seu ritmo para me ir acompanhando. Quem como ele que podia ir mais rápido ficava a acompanhar um colega de corrida sabendo que havia muitos mais para trás? Eu não era da sua equipa! Não era familiar seu! Era apenas seu conhecido de duas décadas de corridas. Vivíamos a mais de 20 kms um do outro e só nos encontrávamos como a tantos outros nas provas de aventura. O que fez o Joaquim acompanhar-me então?
O que marca muitos homens e mulheres com letra grande. A amizade, o humanismo, o voluntariado, um coração do tamanho do mundo. Mas nas corridas há os que vão para vencer a corrida e os que vão para ganhar amigos.
O Joaquim marcou muitos pontos a seu favor nesse dia, perdeu uns bons minutos ao acompanhar-me, mas ganhou um amigo para sempre.
O Joaquim está e estará sempre no meu coração. Sempre que correr na Serra da Estrela, de que também gosto, será sempre em homenagem a este HOMEM e atleta.
Até sempre amigo!
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