segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Treino conjunto no Laminha

Domingo como combinado e após convite a uma dezena de colegas de trabalho e de corridas, fomos fazer o percurso completo do Cross Laminha. Às 10 horas foi dada a partida de minha casa que fica junto ao início do percurso, para os cinco corajosos que se prontificaram a servir de cobaias nos 18 trilhos que inventei para dividir em onze kms. Ritmo lento devido ao aviso de que seria “rompe pernas”, fomos avançando no terreno, cruzando-nos com os caçadores e seus cães que ficavam espantados com a nossa passagem em tais locais. Os trilhos iniciais fazem-se com alguma facilidade. Após a passagem por Vale Vazão entra-se no trilho mais técnico em que é necessário usar a força e a destreza, havendo passagens a fazer de lado e a baixar a cabeça para se poder continuar. Com o avançar no percurso passamos pela antiga aldeia de Casal Novo, já em ruínas, e em sentido descendente contrário aos anos anteriores. Logo após a aldeia entramos num trilho aberto de raiz no meio dos carrascos em zig-zag, para ser mais divertido, e com a panorâmica da serra dos Candeeiros paralelo ao trilho. Seguem-se mais uns trilhos limpos de obstáculos que se fazem com maior velocidade até porque descem até à parte mais baixa do percurso onde paramos para abastecer. Foi uma surpresa mas tinha colocado naquele local no dia anterior um recipiente com água e copos, caiu bem, embora demasiado fresca. Neste local, aos 5.500 metros de corrida, costuma durante a noite, a temperatura baixar dos zero graus. Em Janeiro até será possível ver a camada de geada ou gelo acumulada pelo chão. Partimos para a segunda parte. Ainda estávamos todos bem muscularmente. Atravessámos a cova e uma águia saudou-nos e poisou numa árvore a ver-nos desaparecer no seio da floresta. Iniciamos a subida que nos leva a passar na fossa, agora seca, e logo após, trepar o monte de pedra e descer no lado oposto para passar entre duas pecuárias abandonadas. É uma passagem que oferece algum perigo forçando o atleta a uma atenção redobrada já que se tem de escolher onde colocar os pés. E se a pedra estiver molhada vai ser um “31”! Entra-se logo em fase de descida rápida, entrando na parte mais íngreme num trilho de cabras onde é necessário travar constantemente. Ao fundo da descida existe um muro duplo passando no seu interior uma ribeira. Temos que “galgar” para o outro lado, entrando numa fase plana com 300 metros, durante os quais se passa frente às fossas de uma enorme pecuária. Mas o aroma é agradável pela manhã. Iniciamos então a maior subida do percurso com cerca de 300 metros, e já se notam quebras no grupo, o ritmo cardíaco aumenta e baixamos forçosamente a velocidade. Descemos depois, um engano, porque voltamos a subir durante 200 metros um trilho de pedra que foi vitima do grande incêndio. Chegados ao ponto mais alto do percurso voltamos no sentido do mar e ao descer podemos observar as povoações da Boieira e da Cumeira. Passamos pelas ruínas de dois antigos lagares, continuando em trilhos passamos ao lado da Boieira, apanhando de seguida o estradão (200 metros) que nos leva ao 10º km e aos últimos trilhos, os mais técnicos de todos. Aqui o grupo ficou reduzido a quatro por insistência geral aconselhamos o Francisco a seguir directo para a chegada. A recuperar de uma lesão era melhor não forçar no resto do percurso. Entrámos decididos e em velocidade nos dois últimos trilhos. A adrenalina tomou conta de nós, mas a violência das passadas num sobe e desce, num salta e pula, num labirinto entre arbustos com passagens muito estreitas, rapidamente levou os “bofes” à boca dos menos preparados, fazendo a classificação entre nós. Após a saída dos trilhos faltava aquela que dá cabo do resto, a subida para a chegada, embora em estradão e com os últimos 50 metros asfaltados, foi de todo impossível fazê-la a correr. Já na chegada, na Cumeira, juntámo-nos e viemos a caminhar até minha casa, cerca de 500 metros. Estava feito o treino de grupo e o ensaio do percurso. O agrado foi geral e o tempo para que conste foi de 72 minutos sem descontar o abastecimento. Também não houve prémio de presença. Participam Dinis Agapito; Eduard Shybistyy; Francisco Esperança; Gonçalo Brito e Victor Ferreira.

1 comentário:

  1. só de ler já estou cansado deve de ser um espectaculo, espero poder fazer um treininho nesse percurso contigo e ou mais amigos.Bons treinos...

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