No passado dia 13 de Junho visitei a Serra da Lousã, para fazer um treino longo de preparação e testar o material com vista à minha participação na Ultra da Serra da Freita no fim deste mês.
Escolhi este local por vários motivos, um deles por ter a companhia de colegas com os mesmos objectivos, por serem pessoas com as quais me sinto bem e à vontade e bons amigos.
Por ser uma zona com algumas parecenças com a Freita, muito acidentada, por ser uma região bonita, com vários percursos junto a ribeiros e muita água.
Um motivo especial ”O Ti Patamar”, ou seja, a família que trabalha na sede da Comissão da Aldeia de Espinho.
E porquê? Muito simples. Gente simpática, hospitaleira, trabalhadora e que gosta de agradar a quem os recebe. Bons amigos e pessoas simples.
Conforme combinado com o “Mestre” dos “Abutres”, às 7 e 30 da manhã estava na Aldeia de Espinho. Encontro logo os dois colegas que me iriam acompanhar, Vitorino Coragem, o “Mestre”, e José Carlos Fernandes, recém chegado à equipa dos “Abutres”, e a cadela “Pintas-Isabel”.
Deslocámo-nos rapidamente para o local da concentração onde tomámos um café e iniciamos o treino.
Todos nós testamos o equipamento, para começar os bastões, preciosa ajuda na Freita, testei o meu novo saco de hidratação de 2 litros, que serve para resolver as necessidades.
Ao mesmo tempo fomos trocando impressões e montámos aos poucos o esquema a realizar na Freita. O que levar para comer, para beber, quando o fazer, o ritmo a impor, o vestuário, mas haverá sempre imprevisíveis para os quais é bom estar preparado.
Saímos de Espinho pelos campos, passámos a Chapinha, e subimos as primeiras encostas da serra. Saímos à direita e vamos passar a pelo centro do Cadaval.
Só agora reparei que a aldeia tinha uma Escola primária, construída em 1959 por influência de um antigo habitante junto de Salazar, e que segundo ouvi dizer teve no máximo 3 alunos. Ao fundo da aldeia, após o corte de vários eucaliptos e do denso matagal, ficou a descoberto a antiga fonte e tanque de lavar a roupa e onde se pode ler “viva Salazar”.
No centro da aldeia uma fonte (seca) datada de 1966. A aldeia desabitada e em ruínas está a ser recuperada aos poucos por um consórcio de nome «Aldeia Houses & Resort – Recantos de Xisto».
Descemos por trilho onde passa o veado e fazemos a descida do down will até à Sra. Da Piedade de Tábuas. Um percurso radical demais para se fazer a correr, aqui o Vitorino teve uma queda e vergou um dos bastões. Passado este obstáculo entramos na ribeira de Tábuas, quase desbravando o local para passar, o que demorou cerca de meia hora até se chegar àquela que é a maior queda de água que já encontrei nesta zona, talvez 10 metros de altura, maravilhoso. Os colegas estavam a levar-me por locais que desconhecia para obterem a minha opinião. Subida a parede da cascata, que se faz bem pelo lado esquerdo, deixámos a ribeira e fomos até ao alto da serra. Apanhámos o percurso nº 5 dos treinos de down will e descemos até Gondramaz.
Aqui parámos na “Lojinha do Bezitante” do Sr. Manuel Rosa, onde a Srª Celeste nos ofereceu uma jerupiga e uma deliciosa fatia de bolo. Obrigada.
Descemos até à ribeira de Espinho e a jerupiga começou a sair pelos poros. Chegados ao Caldeirão não resistimos a uns bons mergulhos. Foi um magnifico tónico para o restante percurso, ora feito no leito do ribeiro pela água, ora no trilho pedestre que existe ao lado.
Chegados a Espinho verificámos o cronómetro, 4 horas e 35 minutos de treino.
Tomei duche num tanque de quintal e preparei-me para o almoço que os nossos amigos Patamar estavam a preparar. O almoço ou petiscos, são famosos nesta casa.
Missão cumprida.
Sem comentários:
Enviar um comentário