Aquela que considerei como objectivo principal para 2010, a Ultra Trail da Serra da Freita, com 70 kms, realizou-se a 27 de Junho e eu estava na linha de partida pelas 5 horas da manhã, completamente descontraído e ciente das enormes dificuldades que me esperavam. Sabia que teria que cumprir o percurso no tempo limite de 15 horas e tinha esperança de o fazer em 14 ou menos.
A preparação não seria a mais adequada, no entanto não se tratava de uma competição mas sim, da minha capacidade de decidir passo a passo a destreza e paciência necessárias para atingir a meta. Era uma luta contra eu próprio. Seriam as sucessivas subidas, de entre outros obstáculos, e a forma como as ultrapassava que ditariam o meu resultado final. Teria de saber correr na altura certa e de andar no momento indicado.
Ao mesmo tempo teria que saber gerir o meu próprio abastecimento, líquido e sólido, não deixando que a minha mochila secasse, nem deixando-me chegar ao limite.
A regra era gerir, gerir, gerir, saber gerir. Mas sempre respeitando a serra e a mãe natureza!
Estreei a mochila abastecedora nesta prova. O mesmo aconteceu com os bastões que seriam uma ferramenta útil a auxiliar as muitas subidas íngremes que teria de fazer. Nunca tinha feito provas com bastões.
Os treinos efectuados anteriormente nesta serra deram-me a conhecer a totalidade do percurso. Era conhecedor das dificuldades e também da estranha e magnifica beleza desta serra. Sabia de antemão a melhor forma de superar cada obstáculo. Os treinos realizados foram feitos em condições extremas, chuva, vento e sol.
Devo isto tudo de ser conhecedor da Freita ao amigo José Moutinho, não só o organizador desta prova extraordinária, mas o grande divulgador das corridas em trilhos por este Portugal.
Não fui enganado para a partida. Fui consciente e com um à vontade nunca antes sentido antes de uma prova de grandes dimensões como esta. E já tinha feito a Ultra da Freita anteriormente.
Portanto o objectivo era concluir e levar para casa a tão ambicionada “Finisher”.
Fui informado de que a temperatura, calor, poderia criar dificuldades extras aos atletas. Havia que prevenir e fazer conta com o sol.
Na mochila todo o material obrigatório, Corta-vento, frontal, apito, água, comida, manta de sobrevivência, boné e bastões.
Partida e lá vamos todos de frontal ligado pela serra fora fazendo fila indiana. Era lindo ver aquelas luzinhas a evoluir umas atrás das outras. Estava contente com o meu frontal, iluminava como se trata-se dos médios do meu automóvel, fantástico.
Ia no meu ritmo sem companhia certa. A dado momento juntei-me à Glória Serrazina, e fomos percorrendo percurso ainda sem dificuldades, tínhamos 20 minutos de prova. Ela comenta que estávamos no trilho errado.
(Continua...)
Continua, que eu estou a gostar! ;)
ResponderEliminarAbraço